segunda-feira, 18 de maio de 2009

UM POUCO DE EÇA DE QUEIRÓS

Aqui vai um bom autor ( com um pequeno resumo ) para se ler e que contempla vários vestibulares do Brasil.

O crime do padre Amaro

A vida de José Maria d’Eça de Queirós (1845-1900) .
Nascido em Póvoa do Varzim, Eça de Queirós ingressou em 1861 na Universidade de Coimbra. Envolvendo-se com Antero de Quental e seu grupo, participa ativamente da implantação do realismo em Portugal. Formado, advoga e escreve para jornais. Em 1869 assiste à inauguração do Canal de Suez. Em 1872 ingressa no corpo diplomático, passando a trabalhar, como cônsul, fora de Portugal. Primeiro vai servir em Havana, Cuba, depois na Ing;aterra e, finalmente, em Paris, onde morre em 1900. Morreu aos 55 anos, deixando uma das mais importantes obras de toda a literatura luso-brasileira.
Primeiro romance realista da língua portuguesa, O Crime do Padre Amaro revelou o maior romancista português e chocou a sociedade da época com sua denúncia da hipocrisia social e religiosa.

CARACTERÍSTICAS:
Personagens principais: padre Amaro / Amélia Caminha
Personagens secundários: Maria assunção / Josefa Dias / Joaquina Gansoso / beato homossexual Libaninho.
NOTA: Eça nutria uma grande antipatia por esses personagens já que os caracterizava de forma grosseira e aviltante.

A ACUSAÇÃO DE PLÁGIO: Muitos críticos, ao abordarem O Crime do Padre Amaro, quando de sua publicação, acusaram Eça de Queirós de ter plagiado o grande mestre da corrente naturalista, o romancista francês Émile Zola. Entre esses, está Machado de Assis, que, em crítica a O Primo Basílio, publicada na revista O Cruzeiro, em 16 de abril de 1878, assim se refere ao primeiro livro de Eça:

RESUMO:

Romance anticlerical dos mais ferozes, é ambientado em Leiria, onde o Padre Amaro Vieira, ingênuo e psicologicamente um fraco, vai assumir sua paróquia. Hospedando-se na casa da Senhora Joaneira, acaba por se envolver sexualmente com sua filha, Amélia. Amaro conhece, então, o cinismo dos seus colegas, que em nada estranham sua relação com a jovem. Grávida, Amélia acaba por morrer no parto e Amaro entrega a criança a uma "tecedeira de anjos". Morta também a criança, Amaro, agora um cínico descarado, prossegue com a sua carreira. O romance, que critica violentamente a vida provinciana e o comportamento do clero, foi, durante décadas, leitura proibida em muitas escolas de Portugal e do Brasil. O protagonista do romance era filho de dois criados do marquês de Alegros. Perde os pais ainda criança e é educado no meio da criadagem da marquesa, o que faz com se torne "enredador. Muito mentiroso." A marquesa decide que se ele tornaria padre, e assim, aos quinze anos, é mandado ao seminário.
A co-protagonista do romance concentra, em sua figura, o resultado trágico de uma formação num meio provinciano e atrasado, centrado em torno do poder eclesiástico. A sua casa é um beatério, centro de convivência dos poderosos e amorais sacerdotes da cidade, em que impera a superficialidade dos rituais e uma deformação dos conceitos religiosos cristãos. Nesta sociedade, a Igreja é parte ativa do poder político, que a utiliza nas suas manobras eleitoreiras e lhe dá privilégios sociais, prestígio e poder.

Outro romance para saborear:

A cidade e as serras

Narrado por José Fernandes, o romance conta as atribulações de Jacinto de Tormes, fidalgo português nascido em Paris. Milionário e culto, Jacinto se cerca das mais sofisticadas invenções do mundo moderno, de milhares de livros e de inúmeros amigos influentes e superficiais. Mas absorve-o um constante tédio. Indo a Portugal em companhia de José Fernandes, para reformar o cemitério dos antepassados na sua propriedade rural em Tormes, Jacinto se vê, para seu desespero, desligado da civilização que tanto preza. Depois de algum tempo, no entanto, para surpresa do amigo, Jacinto se apaixona pelo campo, torna-se alegre, casa-se com a robusta Joaninha, passa a ajudar os camponeses e decide ficar para sempre em Tormes. Trata-se, portanto, de uma clara defesa do retorno de Portugal a suas origens ruralistas.

Postado por Nadim Abdalla Saad Filho

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